sábado, 28 de maio de 2011

“Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais”

 

Nesse último final de semana, aproveitei o tempo livre para arrumar umas caixas que estavam na garagem desde a mudança, já fazia dois anos que me mudara, mas sempre deixava para depois.
Nas caixas cobertas de poeira, estavam alguns livros que li no começo da adolescência, umas cartas de antigas namoradas e no fundo da caixa estavam meus LP’s, meus antigos discos de vinil, pensei naquele momento o quanto não me separei deles em muitos momentos. Hoje estavam para trás.
No mesmo dia, depois do almoço meu filho ouvia música no computador, as bandas de hoje não são nada comparadas com as de antes. Não que seja culpa do meu filho, nem de sua geração, às vezes. Acho que a culpa é minha, que nunca o incentivei a ouvir o que é bom.
Meu conceito de bom está no passado, assim como meu filho pensará no futuro, agora, compreendo o que meus pais falavam, a minha geração e a de meu filho, entendo também o que Elis cantou: “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Não esperem nada de mim


Vindo de mim todas as demonstrações de carinho devem ser falsas, eu não sei expressar um sentimento puro. Com o tempo, eu desaprendi a amar, ou talvez nunca tenha me dado a chance de aprender.
Minha chama se apaga um pouco a cada dia mais monótono.
Eu não sou carinhoso, não esperem isso de mim, eu ando, procuro, paro e olho, não vejo nada nem ninguém, eu vou acabar só, como sempre estive.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

"Sujeira pra todo lado..." ♫

Eu tenho 17 anos, faço o terceiro ano do ensino médio, estudo numa escola particular, minha sala tem ar-condicionado, não tenho aula vaga, tenho lanche para levar todos os dias. Nunca estudei em escola pública.
Essa semana passou no Fantástico, uma reportagem sobre o desvio de dinheiro das merendas em escolas públicas, por ano saem dos cofres do governo dois bilhões de reais, dinheiro este destinado só para o lanche das crianças, esse tal dinheiro, que não deve chegar nem a metade.
Pelo o que eu entendi, em cada município deve existir mais de um nutricionista, esses que seus filhos estudam nos melhores e mais caros colégios da cidade e tem todos os dias o dinheiro para comprar o lanche no colégio. Esses mesmos nutricionistas deixam os filhos dos outros (crianças as vezes que vão à escola só porque não têm o que comer em casa), comendo verdadeiras porcarias, com falta de higiene, alimentos vencidos e de má qualidade.
Muitas vezes eu me sinto culpado, por ter o que comer no colégio, por às vezes reclamar, mesmo tendo o que comer. Eu tenho vergonha, por que eu posso levar, ou comprar um lanche no colégio, enquanto na mesma hora do intervalo, vão ter crianças que chegaram à cantina de sua escola sem ter o que comer.
Eu tenho vergonha ainda mais de ficar calado em meio a tudo isso, espero que de alguma forma possa ajudar, ao menos a conscientizar alguém, mas do jeito que está não dá pra ficar. Eu só me pergunto onde está o coração -se é que existe- desses corruptos que tiram não o doce, mas o alimento das bocas de criancinhas.

domingo, 8 de maio de 2011

"Mas é claro que o sol vai voltar amanhã..."

Era uma tarde fria de julho, chovia muito lá fora, essa seria a terceira vez que Maria estava no hospital para saber se estava grávida. A sala de espera era gelada e ela estava ansiosa. Há dois anos ela sofreu três abortos espontâneos nos primeiros meses de gestação.
Maria já estava nos 35 anos de idade, e já não seria fácil, suas esperanças já se esgotavam,chegou a sua vez, caminhava até a sala do médico, aqueles corredores brancos traziam lembranças tristes, ela revivia o passado de choro e desespero, se perguntava por que  não poderia ser mãe, perguntava o que Deus teria contra ela, se tantas pessoas tinham filhos aos montes e os abandonavam, e ela que teria tanto esmero em criar um filho, não tinha quase mais esperança.
Maria estava grávida pela quarta vez, recebera o exame do médico, com um misto de sorriso e lágrimas, ela sabia que ali, dentro de seu ventre já tinha uma vida, sua emoção era tanta que nem sequer ouviu direito o médico dizer que seria difícil, pelos abortos das gestações anteriores, mas ali, seu castelo de esperanças, já estava montado de novo, e ela estava na torre mais alta.
Maria, 35 anos, casada, gerente de uma empresa, morava em Ipanema, estava grávida mais uma vez, e seu filho agora era sua maior prioridade, Maria sabia que já era mãe, e a partir que soube que estava grávida, já amava seu filho, mesmo sem tê-lo visto ainda, Maria não sabia de onde vinha tanto amor. Ela saiu da clinica a chuva já cessara, o sol já estava voltando. O sol já estava nascendo novamente.

sábado, 7 de maio de 2011

Êxtase de ilusão e proteção


A droga mais completa, composta de adrenalina, calmaria, doses de alucinação, variação entre lucidez e a loucura em pouco tempo.
Droga que provoca tensão, suor nas mãos, chega sem educação, arromba a porta do coração.
Traz consigo no começo um ardor, seria talvez o mero fogo, grito do desejo, explosão de sentimentos que depois se inquietam, então, a droga começa a implantar se no corpo de forma viciante.
E depois de largados consagrados de seu encantamento, estaremos viciados irremediavelmente, pela inútil ou útil, droga chamada amor.
Possível tragar dessa droga, viciar-me, alucinar-me, desse puro e completo êxtase de ilusão e proteção.
Droga indicada a pessoas que possuem vontade de ser feliz.
Efeitos da droga:
- paixão
-amor
- mudança na vida de alguém. Para sempre.
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